1. O que é influenza?
2. Resfriado e influenza (gripe) são a mesma coisa?
3. Existem outras doenças que podem ser confundidas com a
influenza?
4. Qual o agente causador da influenza humana?
5. Como a influenza humana é transmitida?
6. Como o vírus da influenza existe na natureza?
7. Como o vírus influenza das aves pode causar doença
humana?
8. Quais são os sintomas da influenza humana?
9. A influenza humana é uma doença grave?
10. Existe vacina para prevenir a inlfuenza humana ou suas
complicações?
11. Qualquer pessoa pode tomar a vacina contra a influenza?
12. Qual a duração da proteção conferida pela vacina contra
a influenza?
13. Pode-se ter gripe mesmo estando vacinada contra
influenza?
14. A vacina contra influenza pode provocar reações?
15. Quais são os benefícios da vacina contra influenza?
16. Existem medicamentos disponíveis para prevenção e
tratamento da influenza humana?
17. Existe tratamento para as complicações da influenza?
18. O que a população pode fazer para evitar a influenza?
19. Que cuidados devem tomar as pessoas que viajarem para um
país onde estão ocorrendo casos de influenza aviária?
20. Qual o papel do Ministério da Saúde na prevenção e
controle da influenza?
21. O que seria uma pandemia de influenza?
22. Quando ocorrerá uma nova pandemia de influenza?
23. O Brasil poderia ser afetado por uma nova pandemia de
influenza?
24. O que o Ministério da Saúde está fazendo para se
preparar caso ocorra uma pandemia de influenza?
25. Por que a preocupação com uma pandemia de influenza
nesse momento?
26. As vacinas disponíveis atualmente são úteis para
prevenir uma pandemia de influenza?
27. Onde obter mais informações?
28. Precisa falar conosco?
1. O que é influenza?
Também conhecida como gripe, a influenza é uma infecção do
sistema respiratório cuja principal complicação são as pneumonias, que são
responsáveis por um grande número de internações hospitalares no País. A doença
inicia-se com febre alta, em geral acima de 38ºC, seguida de dor muscular, dor
de garganta, dor de cabeça e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e
dura em torno de três dias. Os sintomas respiratórios como a tosse e outros,
tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral por
três a quatro dias após o desaparecimento da febre. É uma doença muito comum em
todo o mundo, sendo possível uma pessoa adquirir influenza várias vezes ao
longo de sua vida. É também freqüentemente confundida com outras viroses
respiratórias, por isso o seu diagnóstico de certeza só é feito mediante exame
laboratorial específico.
2. Resfriado e influenza (gripe) são a mesma coisa?
Não. O resfriado geralmente é mais brando que a gripe e pode
durar de 2 a 4 dias. Também apresenta
sintomas relacionados ao comprometimento das vias aéreas superiores, como
congestão nasal, secreção nasal (rinorréia), tosse e rouquidão. A febre é menos
comum e, quando presente, é de baixa intensidade. Outros sintomas também podem
estar presentes, como mal-estar, dores musculares (mialgia) e dor de cabeça
(cefaléia). Assim como na influenza, no resfriado comum também podem ocorrer
complicações como otites, sinusites, bronquites e até mesmo quadros mais
graves, dependendo do agente etiológico que está provocando a infecção. Os
principais agentes infecciosos do resfriada comum são os Rhinovírus (com mais
de 100 sorotipos), os Coronavírus, os vírus Parainfluenza (principalmente o
tipo 3), o Vírus Sincicial Respiratório, os Enterovírus e o Adenovírus.
3. Existem outras doenças que podem ser confundidas com a
influenza?
Sim, além do resfriado comum, a rinite alérgica é uma das doenças que mais se
confundem com a gripe. Na rinite alérgica ocorrem sintomas como espirros,
congestão e corrimento nasal. Existem duas formas de rinite alérgica: uma
sazonal (em determinadas épocas do ano) e uma que dura o ano todo, podendo ser
contínua ou intermitente. A rinite alérgica não é acompanhada de febre. Porém,
isso pode acontecer quando ela estiver associada a uma infecção.
4. Qual o agente causador da influenza humana?
Um vírus. São conhecidos 3 tipos de vírus da influenza: A, B
e C. Esses vírus são altamente transmissíveis e podem sofrer mutações
(transformações em sua estrutura genética), sendo que o tipo A é mais mutável
que o B e este mais mutável que o tipo C. Os tipos A e B causam maior morbidade
(doença) e mortalidade (mortes) que o tipo C. Geralmente as epidemias e
pandemias (epidemia em vários países) estão associadas ao vírus do tipo A. O
tipo C não tem importância clínica nem epidemiológica.
5. Como a influenza humana é transmitida?
A influenza humana pode ser transmitida:
- de forma direta:, através das secreções das vias
respiratórias de uma pessoa contaminada ao falar, espirrar, ou tossir; ou
- de forma indireta: por meio das mãos que, após contato com
superfícies recentemente contaminadas por secreções respiratórias de um
indivíduo infectado, podem carrear o agente infeccioso diretamente para a boca,
nariz e olhos.
A transmissão direta inter-humana (ou seja, de
pessoa-a-pessoa), é a mais comum, mas já foi documentada a transmissão direta
do vírus de aves e suínos para o homem.
O período que uma pessoa pode transmitir a doença (transmissibilidade) é de 2 dias antes até 5
dias após o início dos sintomas.
6. Como o vírus da influenza existe na natureza?
Os vírus existem naturalmente em diversas espécies animais,
como aves (especialmente as aquáticas, como os patos), mamíferos e herbívoros.
Em geral, os vírus são específicos de cada espécie animal e só raramente se
observa transmissão cruzada entre espécies diferentes, como da ave para o
homem, por exemplo. No entanto, o porco pode se infectar tanto com vírus
humanos como com vírus de aves.
As aves silvestres, principalmente as aves migratórias,
podem se infectar sem apresentar sintomas. São chamadas de reservatórios
naturais do vírus e propiciam sua disseminação entre os continentes,
representando um elemento importante na cadeia de transmissão da influenza aviária. No entanto, o vírus da
influenza já foi identificado em outras aves como marrecos, maçaricos,
gaivotas, garças, pardelas, cisnes, tecelões, cacatuas, tentilhões , além das
aves domésticas (galinha, peru, faisão, ganso, codorna, avestruz) e, menos
freqüentemente, em passarinhos, periquitos, papagaios e em aves de rapina como
o falcão.
7. Como o vírus influenza das aves pode causar doença
humana?
- Os vírus influenza estão presentes nas fezes, sangue e
secreções respiratórias das aves
infectadas. Desse modo, a contaminação humana pode ocorrer pelo contato direto
com as aves infectadas por meio de inalação dessas secreções (inclusive durante
a limpeza e a manutenção nos aviários ou criadouros sem os cuidados necessários
de proteção) ou durante o abate ou manuseio de aves infectadas.
OBS: Não foi evidenciada transmissão pela ingestão de ovos
ou pelo consumo de carnes congeladas ou cozidas de aves infectadas.
8. Quais são os sintomas da influenza humana?
Os primeiros sintomas costumam aparecer cerca de 24 horas
depois do contágio, e podem ser:
· febre geralmente (>38ºC);
· dor de cabeça;
· dor nos músculos;
· calafrios;
· prostração (fraqueza);
· tosse seca;
· dor de garganta;
· espirros e
coriza
· Podem apresentar ainda pele quente e úmida, olhos
hiperemiados (avermelhados) e lacrimejantes. As crianças podem apresentar
também febre mais alta, aumento de linfonodos cervicais (gânglios no pescoço),
diarréia e vômitos.
9. A influenza humana é uma doença grave?
Geralmente a influenza é uma infecção auto-limitada, ou
seja, evolui para cura completa devido a reação do próprio organismo humano à
ação do vírus. No entanto, a influenza pode causar doença grave em idosos,
pessoas portadoras de doenças crônicas (como diabetes, câncer, doenças crônicas
do coração, dos pulmões e dos rins), pessoas imunodeprimidas, gestantes no 2° e
3° trimestres de gravidez e recém-nascidos. Essas pessoas são consideradas
grupos de maior risco para apresentar complicações da influenza, como a
pneumonia, e podem precisar de atenção hospitalar quando adoecem.
10. Existe vacina para prevenir a influenza humana ou suas
complicações?
Sim. O Ministério da Saúde do Brasil, a partir de 1999, vem
realizando campanhas anuais de vacinação contra a influenza para os idosos com
idade de 60 anos ou mais, geralmente no mês de abril. Esta vacina faz parte do
calendário de vacinação da população indígena e também é disponibilizada nos
Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) de cada Estado, para
uso dos indivíduos que pertencem aos grupos de risco acima apontados.
A composição da vacina varia a cada ano, de acordo com os
tipos de vírus da influenza que estão circulando de forma predominante em ambos
nos hemisférios Norte e Sul.
11. Qualquer pessoa pode tomar a vacina contra a influenza?
Sim, a partir dos seis meses de idade e desde que não tenha
alergia a ovo (uma vez que esta vacina é produzida em ovos de galinha). No
entanto, a política de vacinação contra a influenza atualmente adotada pelo MS é direcionada para os grupos
de maior risco de desenvolver as formas graves e complicações da doença
(referidos no item 9).
12. Qual a duração da proteção conferida pela vacina contra
a influenza?
A vacina protege por um ano. Entretanto o vírus da gripe é capaz de mudar suas
características com muita freqüência, por isso a cada ano é necessário que se
tome uma nova vacina.
13. Pode-se ter gripe mesmo estando vacinada contra
influenza?
Sim, porque a vacina protege contra os três tipos de vírus
que anualmente fazem parte da sua composição e porque, entre os idosos, sua
proteção não é de 100%. Mesmo assim, a vacinação diminui a gravidade da gripe
e, portanto, as chances de complicações e óbitos.
14. A vacina contra influenza pode provocar reações?
Sim, mas as reações são geralmente leves. As mais comuns
são: dor, vermelhidão e enduração no local de aplicação, que ocorrem nas
primeiras 72 horas após a vacinação. A febre como reação adversa à vacina
ocorre em menos de 1% dos casos e reações alérgicas graves (anafilaxia) não são
comuns. Acredita-se que as reações estejam associadas aos componentes vacinais,
principalmente à proteína do ovo de galinha (que é utilizado na produção da
vacina). É essencial que as pessoas que tenham história de alergia a alguma
vacina, ao ovo ou a proteínas de galinha, informem ao profissional de saúde
antes de receber a vacina. Raramente ocorre dor em trajetos de nervos
(neuralgia), sensação de dormência (parestesia) e fraqueza muscular.
15. Quais são os benefícios da vacina contra influenza?
- Proteção contra o vírus da Influenza ou gripe e contra as
complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas secundárias.
- Estudos recentes indicam que a vacina também pode proteger
contra infarto e derrame.
16. Existem medicamentos disponíveis para prevenção e
tratamento da influenza humana?
Sim. Apesar de o tratamento da influenza não complicada ser
realizado com medicações sintomáticas, repouso, hidratação e alimentação leve,
nas situações em que há indicação médica podem ser utilizadas duas classes de
drogas, os bloqueadores do canal M2 de envelope viral (amantadina e
rimantadina) ou os inibidores da neuraminidase (oseltamivir e zanimivir). Há
vantagens e desvantagens no uso de ambos os grupos de drogas, que devem ser
avaliados pelo médico que fará as prescrições, quando necessário.
OBS: devido ao risco do aparecimento de algumas reações
graves, é importante evitar o uso de ácido acetilsalisílico na vigência de
quadros de influenza.
17. Existe tratamento para as complicações da influenza?
Sim. As principais complicações são as infecções bacterianas
secundárias, principalmente as pneumonias. Em caso de complicações, o
tratamento será específico, geralmente com antimicrobianos (antibióticos). Para
tanto, é fundamental procurar atendimento nas unidades de saúde (postos/centros
de saúde ou hospitais).
18. O que a população pode fazer para evitar a influenza?
Como medida geral de prevenção e controle de doenças de
transmissão respiratória, recomenda-se
a) População em geral
- higiene das mãos com água e sabão (depois de tossir ou
espirrar; depois de usar o banheiro, antes de comer, antes de tocar os olhos,
boca e nariz);
- evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com
superfícies;
- usar lenço de papel descartável;
- proteger com lenços a boca e nariz ao tossir ou espirrar,
para evitar disseminação de aerossóis;
- orientar para que o doente evite sair de casa enquanto
estiver em período de transmissão da doença (até 5 cinco dias após o início dos
sintomas);
- evitar aglomerações e ambientes fechados (deve-se manter
os ambientes ventilados);
- é importante que o ambiente doméstico seja arejado e
receba a luz solar, pois estas medidas ajudam a eliminar os possíveis agentes
das infecções respiratórias;
- restrição do ambiente de trabalho para evitar
disseminação;
- hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, ingestão
de líquidos e atividade física.
b) Cuidados no manejo de crianças em creches:
- encorajar cuidadores e crianças a lavar as mãos e os
brinquedos com água e sabão quando estiverem visivelmente sujas;
- encorajar os cuidadores a lavar as mãos após contato com
secreções nasais e orais das crianças, principalmente quando a criança está com
suspeita de síndrome gripal;
- orientar os cuidadores a observar se há crianças com
tosse, febre e dor de garganta, principalmente quando há notificação de surto
de síndrome gripal na cidade; os cuidadores devem informar os pais quando a
criança apresentar os sintomas citados acima;
- evitar o contato da criança doente com as outras.
Recomenda-se que a criança doente fique em casa, a fim de evitar transmissão da
doença;
- orientar os cuidadores e responsáveis pela creche que
notifiquem a secretaria de saúde municipal caso observem um aumento do número
de crianças doentes com síndrome gripal ou com absenteísmo pela mesma causa na
creche;
c) Medidas específicas em situação de epidemia de influenza:
- Pessoas com condições clínicas graves da infecção ou suas
complicações (pneumonia viral primária ou bacteriana, por exemplo),
recomenda-se procurar tratamento médico-hospitalar. Para esses locais,
recomenda-se a adoção estrita de medidas de biossegurança, conforme as
orientações técnicas do MS.
- restringir visitas ao paciente, principalmente no período
de transmissibilidade da doença (até 5 cinco dias após o início dos sintomas);
colocar máscaras no paciente, se possível, quando o mesmo
for transportado;
- Avaliar a necessidade de suspensão temporária das
atividades coletivas do grupo etário de crianças e pré-escolares, como forma de
reduzir a transmissão ampliada da doença na comunidade.
- Cuidados adicionais com gestantes (2° e 3° trimestre) e
bebês para evitar infecções secundárias (pneumonia), e parturientes para evitar
transmitir a doença para o bebê:
o gestante:
::. buscar o serviço de saúde caso apresente sintomas de
síndrome gripal;
::. na internação
para o trabalho de parto, priorizar o isolamento se a mesma estiver com
diagnóstico de influenza;
o parturiente:
::. após o nascimento
do bebê, se a mãe estiver doente, usar máscara e lavar bem as mãos com água e
sabão antes de amamentar e após manipular suas secreções; estas medidas devem
ser seguidas até sete dias após o início dos sintomas da mãe;
::. a parturiente deve evitar tossir ou espirrar próximo ao
bebê;
o bebê:
::. priorizar o isolamento em berçários
::. os profissionais
e mães devem lavar bem as mãos e outros utensílios (mamadeiras, termômetros,
etc);
- Além dessas recomendações outras medidas de controle e
prevenção poderão ser adotadas, de acordo com a gravidade, extensão geográfica
e magnitude do surto.
19. Que cuidados devem tomar as pessoas que viajarem para um
país onde estão ocorrendo casos de influenza aviária?
- Evitar contato com aves em granjas e mercados públicos;
- Evitar ingerir alimentos de origem animal (principalmente
aves e suínos) crus ou de procedência duvidosa;
- Evitar locais fechados com grande concentração de pessoas;
- Manter cuidados básicos com a higiene pessoal, como lavar
sempre as mãos antes de se alimentar ou levar a mão ao rosto (ver questão 19);
- Procurar imediatamente o serviço de saúde caso venha a
apresentar sintomas como os já citados acima.
20. Qual o papel do Ministério da Saúde na prevenção e
controle da influenza?
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância
em Saúde (SVS), elabora normas e coordena, no âmbito nacional, as ações de
vigilância e controle da influenza, incluindo as campanhas anuais de vacinação
referidas acima, bem como a assessoria e supervisão as secretarias estaduais e
municipais de saúde no desenvolvimento dessas ações, bem como realizando
estudos sobre a morbimortalidade por influenza e causas associadas para avaliar
aspectos específicos da transmissão da doença no país.
O MS, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais
mantém desde o ano 2000 um Sistema Nacional de Vigilância da Influenza, com os
objetivos principais de monitorar a circulação dos vírus influenza em nosso
meio e a morbimortalidade à ele associada. Este Sistema baseia-se na manutenção
de uma rede de unidades sentinela, composta por unidades de saúde/pronto
atendimento, que semanalmente coleta material para diagnóstico laboratorial e
informa a proporção de casos de síndrome gripal atendidos em sua demanda. Para
o diagnóstico laboratorial da influenza humana são realizados testes
específicos em amostras de coletadas da secreção nasofaríngea, através da
técnica de aspirado nasofaríngeo e/ou de
swab combinado. Atualmente, o Sistema de Vigilância da Influenza está
implantado em 46 unidades sentinelas, a maioria localizada nas capitais de 21
estados das cinco regiões brasileiras, com previsão de implantação em todos os
estados brasileiros até o ano 2006.
OBS: Independente da participação nesta rede sentinela, toda
suspeita da ocorrência de surto de influenza deve ser notificada a secretaria
municipal ou estadual de saúde, ou mesmo ao ministério da saúde, em consonância
com as normas atuais sobre a notificação de doenças transmissíveis no país.
Destaca-se também a articulação do Ministério da Saúde com o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, buscando uma maior
integração das vigilâncias da influenza humana e animal.
21. O que seria uma pandemia de influenza?
O termo pandemia significa uma epidemia em grandes
proporções (tanto em número de pessoas envolvidas, quanto em área geográfica)
que atinge diversos paises geralmente de forma simultânea, decorrente da
existência de um grande número de pessoas susceptíveis à infecção por um novo
vírus da doença.
Pandemias de influenza ou gripe já causaram graves danos
durante toda história. No último século ocorreram pelo menos três grandes
pandemias quem em poucas semanas causaram grande impacto na morbidade e
mortalidade, afetando principalmente crianças e adultos jovens e provocando
situações de ruptura social.
22. Quando ocorrerá uma nova pandemia de influenza?
O intervalo entre as três principais pandemias de influenza
que ocorreram no século passado foi de 39 anos entre as chamadas Gripe
Espanhola e a Gripe Asiática e de 11 anos entre esta e a Gripe de Hong Kong.
Não é possível prever exatamente quando uma nova pandemia ocorrerá, mas é
possível, por meio do monitoramento dos vírus influenza e da situação
epidemiológica nacional e internacional, identificar indícios de que este fenômeno
possa estar mais próximo de acontecer.
Para a eclosão de uma pandemia é necessário, basicamente, o surgimento
de uma nova cepa (tipo) do vírus influenza com capacidade para provocar doença
no homem e que esta cepa tenha facilidade de ser transmitida por contágio
inter-humano direto (ou seja, de pessoa-a-pessoa).
23. O Brasil poderia ser afetado por uma nova pandemia de
influenza?
No cenário epidemiológico mundial atual, o vírus da
influenza aviária H5N1 representa a ameaça de uma nova pandemia, uma vez que
está circulando entre aves em 13 países e em quatro deles tem provocado - de
forma esporádica - casos entre seres humanos. Há um risco que este vírus H5N1
possa sofrer uma mutação (ou seja, alterações das suas características
genéticas atuais) e adquirir condições de ser transmitido diretamente entre os
seres humanos, iniciando-se assim uma nova pandemia. Não é possível prever
exatamente se e quando isto vai ocorrer, mas é possível que ocorra. Neste caso,
todos os países serão afetados, em maior ou menor intensidade, dependendo do
tipo de mutação que ocorra no vírus e da capacidade de resposta rápida das
autoridades de saúde pública a nível mundial.
24. O que o Ministério da Saúde está fazendo para se
preparar caso ocorra uma pandemia de influenza?
O Ministério da Saúde elaborou um Plano de Contingência para
a próxima pandemia de influenza. Este Plano prevê ações nas áreas da vigilância
epidemiológica da influenza humana e animal, organização da assistência,
aquisição de um estoque estratégico de antivirais, investimentos para a
produção nacional de uma vacina específica, informação e comunicação, defesa
civil, ações em portos, aeroportos e fronteiras, dentre outros, e deve integrar
um plano global do governo federal para o enfrentamento de uma situação emergencial
como esta, caso ela venha a ocorrer.
Para a construção deste Plano tomou-se como referência as
orientações da Organização Mundial de Saúde, as discussões acumuladas até o
momento no âmbito do Comitê, a bibliografia disponível sobre a situação mundial
da influenza e a consulta a planos de contingência de outros paises.
25. Por que a preocupação com uma pandemia de influenza
nesse momento?
Porque há evidências que este vírus da influenza aviária
H5N1 estabeleceu boas condições de sobrevivência entre aves aquáticas no
sudeste asiático, propiciando que a transmissão ave/homem continue a ocorrer,
mesmo que de forma geograficamente circunscrita ao sudeste asiático. No
entanto, tem havido mais recentemente a expansão geográfica de focos de
influenza aviária para países de outros continentes, o que aumenta o risco de
exposição dos seres humanos à aves infectadas. Quanto mais casos de influenza
aviária H5N1 em humanos, maior a chance de ocorrer uma mutação no vírus que
permita sua transmissão ampliada na população mundial. Até o momento a
transmissão inter-humana desta cepa ainda não está confirmada.
26. As vacinas disponíveis atualmente são úteis para
prevenir uma pandemia de influenza?
Não. Só será possível produzir uma vacina contra uma
pandemia de influenza quando efetivamente surgir uma nova cepa do vírus que
tenha capacidade de transmissão pessoa a pessoa. No entanto, o Ministério da
Saúde vem aumentando os investimentos no Instituto Butantã/SP - que já vinha
sendo preparado para a produção nacional de vacinas contra as cepas epidêmicas
anuais de influenza - para que também seja possível a produção emergencial de
vacinas contra uma cepa pandêmica. Os ensaios de produção desta nova vacina
começarão a ser feitos já em 2006, utilizando-se como modelo a atual cepa H5N1.
27. Onde obter mais informações?
Para outras informações, acessar os sites a seguir:
Ministério da Saúde
www.saude.gov.br
Secretaria de Vigilância em Saúde
www.saude.gov.br/svs
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
www.agricultura.gov.br
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
www.anvisa.gov.br
Organização Mundial de Saúde:
www.who.int
Organização Mundial de Saúde Animal
www.oie.int
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
www.fao.org
28. Precisa falar conosco?
Pode enviar sua mensagem para o e-mail: gripe@saude.gov.br
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