sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Varicela (Catapora) Tire suas dúvidas

A varicela é doença comum da infância e tem distribuição universal. A grande maioria dos casos ocorre em menores de 15 anos de idade [CDC, 1996] e praticamente todos os adultos já foram infectados por VVZ. A doença apresenta distribuição sazonal, com a maioria dos casos ocorrendo no final do inverno e início da primavera (de julho a novembro, no Brasil). Picos epidêmicos têm sido observados a cada três a cinco anos. 
A varicela é altamente contagiosa – a freqüência de casos secundários entre susceptíveis expostos varia entre 61 e 100% [Heninger, 2006]. O período de maior transmissibilidade se inicia dois dias antes do aparecimento do exantema e persiste até que todas as lesões estejam em fase de crosta (geralmente cinco dias após a primeira vesícula) [Heininger, 2006]. 
Admite-se que varicela assintomática seja evento raro, embora casos oligossintomáticos possam passar despercebidos. A maioria dos casos de varicela é de doença leve, benigna, embora possam ocorrer complicações levando a hospitalização e, mais raramente, óbito ou seqüelas neurológicas permanentes. As infecções bacterianas secundárias de pele, mais freqüentes, bem como otites, pneumonias, meningite e sepsis, causadas principalmente por Streptococcus do grupo A e Staphylococcus aureus, e o comprometimento visceral causado pelo próprio vírus, manifestando-se com pneumonite, hepatite e meningo-encefalite, são as principais complicações. A freqüência estimada de encefalite pelo VVZ é de 0,1% a 0,2% dos doentes, com seqüelas neurológicas permanentes em até 15% dos sobreviventes [Whitley, 2005]. Crianças menores de um ano, adultos e imunocomprometidos têm maior risco de desenvolver complicações [CDC, 1996; WHO, 1998], no entanto, devido à alta incidência da infecção em menores de cinco anos, maior proporção de complicações, hospitalizações e óbitos ocorrem em crianças saudáveis desta faixa etária [CDC, 1996]. A varicela está associada ao absenteísmo escolar da criança doente, por sua elevada contagiosidade, o que implica freqüentemente na perda de dias de trabalho e de produtividade dos pais e/ou cuidadores. 
Em 0,4 a 2% dos filhos de mulheres com infecção primária pelo VVZ durante a gestação, pode ocorrer a síndrome da varicela congênita, caracterizada por cicatrizes cutâneas, hipoplasia de membros, corioretinite, catarata e alterações neurológicas. A incidência da síndrome da varicela congênita depende da freqüência de susceptíveis entre as mulheres em idade gestacional e sua chance de exposição ao vírus. 
 A varicela pode ser grave, ou mesmo fatal, em crianças cujas mães apresentam a infecção primária no período peri-parto, sendo o risco maior, caso a mãe apresente as primeiras lesões entre 5 dias antes e 2 dias após o parto [Heininger, 2006]. 
Considera-se que em torno de 15 a 20% da população geral tem um episódio de herpes-zoster durante a vida, de intensidade clínica variável. Idosos e imunocomprometidos têm maior risco de reativação do VVZ, caracterizado por dor e  exantema vesicular localizado (um a três dermátomos). Os imunocomprometidos também têm maior risco de desenvolver complicações relacionadas ao herpes-zoster, principalmente envolvimento multidermatomal, tempo de doença mais prolongado e recorrências. Geralmente a dor se resolve em 4 a 6 semanas (neurite aguda), porém neurite pós-herpética, resultando em dor debilitante e persistente por mais de um mês, pode ocorrer em até 25 a 50% dos maiores de 50 anos [Whitley, 2005]. 
 O processo de reativação do VVZ, embora não totalmente compreendido, está associado à diminuição da imunidade celular, na presença de imunidade humoral mantida. Estudos epidemiológicos sugerem que a re-exposição ao VVZ resulta em reforço da imunidade celular específica e redução do risco de reativação (Thomas, 2002 e 2004; Wagenfield, 2004).

VACINAÇÃO
A Secretária Municipal de Saúde (SMS), por meio da divisão de Imunização, irá disponibilizar, a partir desta quarta-feira (25), nas unidades de saúde de Goiânia, duas mil doses da vacina Tetra Viral. Devem ser imunizadas crianças com 15 meses de idade que receberam a primeira dose da tríplice viral. A vacina protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela, popularmente conhecida como catapora.
Segundo a coordenadora de Imunização da SMS, Grécia Pessoni, a tetra viral surgiu para substituir a segunda dose da tríplice viral, só que agora a dose imuniza a criança também contra a catapora. "Aos doze meses, a criança recebe a primeira dose da tríplice viral e, com 15 meses, precisa tomar a segunda dose para se prevenir também contra a varicela", explica.
A vacina foi incluída no Calendário Básico de Vacinação da Criança em 2013 pelo Ministério da Saúde (MS) por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). De acordo com a coordenadora, o objetivo do MS é reduzir em 80% as internações por catapora, além de ajudar a prevenir, controlar e eliminar o sarampo, a caxumba, e a rubéola. "A vacina tetra viral tem 97% de eficácia e raramente causa reações alérgicas.

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